Geahn Daniel

Tome suas próprias decisões

Apesar do assunto desse artigo parecer óbvio, nem sempre as escolhas que tomamos são de fato nossas, mas influenciadas quase que cegamente e tomadas sem de fato serem mesmo aquilo que queremos. A todo momento tomamos tais decisões que, mesmo inofensivas podem sim causar danos permanentes num futuro próximo. Você já se arrependeu de dizer "sim" mesmo quando queria dizer "não"? Poisé, bem-vindo ao clube dos auto sabotadores.

Esse assunto é tão coach, fiquei receoso em trazer aqui no blog, até porque não quero focar em desenvolvimento humano. Pensei bem e percebi que tomar minhas próprias decisões também se aplicava no fato de postar ou não postar, decidi postar e não agir pelo receio ou delimitado por alguma influência externa, mas como toda regra pode de ter uma exceção (com bons argumentos, claro), trago esse texto. Decidi que ele é fundamental para qualquer profissional, independente de sua área de atuação. Então vamos lá.

Pra início de conversa, decida ler esse texto até o final (e deixar um comentário). E não só porque estou lhe dizendo, mas porque ele pode ser de fato importante para a sua vida, ou talvez um pontapé para uma decisão nova.

Tomei uma decisão que a muito tempo ficou na geladeira, esperando o momento certo para sair. A alguns anos em meio ao caos de início de carreira e das minhas responsabilidades como homem, deixei uma disciplina da faculdade para trás, no intuito de fazer depois quando tudo estivesse endireitando. E quando eu decidi fazer isso, uns dois ou três anos depois, descubro que o MEC mudou a grade do curso e o peso de todas as disciplinas. O que aconteceu foi o seguinte: devia uma única matéria e agora devo doze. DOZE!!!

A decisão ficou no meio termo. Eu voltava a estudar ou deixava pra lá e seguia minha vida. No entanto, treze anos depois, decidi encarar essas doze matérias e finalizar meu curso de Sistemas de Informação pela Unialfa. Estou estudando a poucas semanas e estou gostando bastante, me deu um novo gás e com certeza, abrirá novos caminhos de oportunidade e upgrades no meu conhecimento. Uma decisão que tomei que pode mudar os caminhos de toda a minha vida e isso não é ruim, é ter mais opções de decisões para tomar no futuro próximo.

Decisões tomamos a todo momento e como profissionais temos de ter um plano bem definido de onde queremos chegar, quando e como, usando que meios e sacrifícios necessários. Sim, antes de sermos bons tomadores de decisões precisamos saber nitidamente o que queremos. A indecisão de nossa "personalidade profissional" já é suficiente para ditar uma cadeia de elementos que causam a triste incompetência decisiva. Daí buscamos apoiar nossas decisões em maus influenciadores de opinião, que vou chamar carinhosamente de "sapo", só porque ele é pegajoso e nada mais faz do que coaxar no ouvido.

No meu caso, o sapo era eu mesmo e as complicações do cotidiano como trabalho, família, compromissos... que não são pesos e não mudaria nada se fosse sacrificar coisas importantes.

Falando da cadeia de elementos que afetam nossas decisões, aqui vai alguns. Incompetência de habilidade, o que causa também a insegurança. Indeterminação e falta de disciplina. Preguiça e estagnação. Falta de objetivos e metas. Esses elementos não fazem totalmente alguém um péssimo profissional, mas afetam o discernimento na tomada de decisão.

Vem um "sapo" e lhe diz, você tem de fazer igual.

Somos facilmente levados a acreditar que tudo se copia e nada se cria, a originalidade vai ser perdendo e a identidade se torna nada mais do que um Ctrl C + Ctrl V. 

O que vejo no mercado são profissionais que tomam péssimas decisões embasadas no que aparentemente deu certo na concorrência. Não adianta, a grama do vizinho pode parecer mais verdinha, mas isso não significa que ela serve pra você, quem sabe é melhor colocar um cimento ou um piso em tudo? Não desmereço o benchmarking, ele é necessário como um dado, não uma influência.

Dados são representações inicialmente sem relevância, talvez sem sentido, mas se trabalhado, ele se transforma numa informação relevante. O problema é que ouvimos a informação e temos preguiça de formalizar a nossa própria, que funciona corretamente com a nossa própria necessidade. A informação precisa ser projetada na identidade do profissional/empresa e, essa projeção é que faz toda a diferença. E agora que chego na clareza de todo esse texto.

Uma decisão só é sua de fato se ela for projetada ao formato de sua identidade, o problema é a falta de projeção, focamos no modelo e não nos verdadeiros fatos. Ouvimos o que o coach diz e queremos aplicar, ouvimos a mãe ou o cônjuge e decidimos cegamente, confiamos em um terceiro que não conhece você e aceitamos sua crítica sem retrucar... Não, não significa que temos de tampar os ouvidos e sermos teimosos, não é isso. Mas que serventia tem uma decisão se você não a tomou de verdade? Se nem mesmo você a compreende de fato?

Tome suas próprias decisões.